O deputado estadual Guto Zacarias (União Brasil-SP), ligado ao MBL (Movimento Brasil Livre), protocolou no domingo (21.jan.2024) uma notícia-crime no MPF (Ministério Público Federal) contra o ex-presidente do PT (Partido dos Trabalhadores) José Genoino por fala em que ele sugere boicote a empresas de judeus.

Zacarias pede que o MPF “inicie uma persecução penal” contra Genoino, baseado no artigo 20 da lei 7.716, que proíbe a prática ou indução da discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Eis a íntegra da notícia-crime (PDF – 160 kB).

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Em seu perfl no X (ex-Twitter), Zacarias anunciou que havia protocolado o documento e disse que, em São Paulo, “racismo e intolerância religiosa não serão tolerados”.

A notícia-crime se deu depois da fala do ex-deputado e ex-presidente do PT, que disse achar “interessante”um boicote “por motivos políticos que ferem interesses econômicos”a “determinadas” empresas de judeus. A declaração foi dada no sábado (20.jan) em entrevista a DCM (Diário do Centro do Mundo) TV, jornal digital político brasileiro de esquerda.

“Essa ideia da rejeição, essa ideia do boicote por motivos políticos que ferem interesses econômicos é uma forma interessante. Inclusive, tem esse boicote em relação a determinadas empresas de judeus. Há, por exemplo, boicotes a empresas vinculadas ao Estado de Israel. Inclusive, eu acho que o Brasil deveria cortar relações comerciais na área de segurança e defesa com o estado de Israel”, afirmou Genoino.

No documento enviado ao MPF, Zacarias afirma que a declaração foi “sem dúvida, uma agressão aos direitos dos cidadãos judeus de entrarem na atividade empresária e competirem com os demais sem discriminação”. Caso o MPF entenda que não há elementos para iniciar ação penal, o deputado solicita que seja determinada abertura de inquérito policial.

ENTIDADES ISRAELITAS REPUDIAM

A fala do ex-presidente do PT também fez com que entidades israelitas se manifestassem em repúdio.

Em nota, a Conib (Confederação Israelita do Brasil) disse que a declaração de Genoino é “antissemita”. Já a Fisesp (Federação Israelita do Estado de São Paulo) afirmou que as falas “flertam com o nazismo e o racismo”.